Transcrição de O Livro de Saradomin
Capítulo 1[editar | editar código-fonte]
Foi uma época sombria para os icyenes. Saradomin estava em outro plano, distante de nós, e os guerreiros estavam com ele. Restou a Selenome e a mim administrar as duas fazendas ativas remanescentes em nossa ilha. Mas nunca tive medo de trabalho, nunca em toda minha vida.
Mas não foi o trabalho que nos causou problemas - foram os rebeldes. Em um dos anos, tivemos mais da metade de nosso estaque de grãos roubada, Selenome assistiu a tudo sem poder fazer nada. Foi uma migração particularmente difícil.
Os rebeldes nos deram trabalho. Estávamos desequipados e despreparados para nos defender. Embora os rebeldes raramente causassem danos irreversíveis, não podíamos ficar naquela posição para sempre.
Achamos que - possivelmente iríamos despistá-los na próxima migração.
- Domus
Capítulo 2[editar | editar código-fonte]
Chegou um sacerdote, acompanhado de seu séquito. Selenome foi a primeira a avistar o grupo - três guerreiros envelhecidos - no horizonte enquanto trabalhávamos no campo. Na época, éramos dez. A guerra e os rebeldes nos custaram caro.
O sacerdote chegou, apresentou uma carta de proclamação e começou a lê-la. Era um ex-soldado, um dos poucos que escaparam de Guilenor. Ele trazia boas novas: a guerra havia terminado! Ainda assim, o sacerdote nos olhava solenemente enquanto comemorávamos. Ele nos disse que Saradomin não havia sido bem-sucedido em sua empreitada.
Éramos agricultores; seus objetivos não eram claros para nós. Estávamos felizes pelo fim das lutas. E, com o retorno de Saradomin, os rebeldes finalmente pagariam pelo que haviam feito.
- Domus
Capítulo 3[editar | editar código-fonte]
O sacerdote ofereceu seus serviços. Uma oração foi feita sobre a sepultura de Ceremino, que havia presenciado muitas migrações. Enquanto prestávamos nossa homenagem, houve uma sensação de espírito renovado e unidade em nossa pequena comunidade. Saradomin estava voltando e trazendo consigo sua proteção e paz.
Mas os rebeldes atacaram antes do retorno Dele, sedentos pela destruição do símbolo de seu ódio - o sacerdote.
Havia doze deles, vindos do norte com suas lanças empunhadas. Eles destruíram nossas plantações à medida que passavam. Os três guerreiros mobilizaram os aldeões para a luta.
Como eu gostaria que aquele momento nunca houvesse chegado! Os rebeldes estavam decididos a atacar o sacerdote e não hesitaram.
Permanecemos determinados, com fé, sabendo que era isso que Saradomin esperava de nós até seu retorno. Até mesmo eu puxei minha enxada e me pus a lutar.
Treze Icyenes morreram naquele dia - sete rebeldes, dois guerreiros e o sacerdote. Dos aldeões, a jovem Aserima e seu irmão Liamenes, morreram.
Mas eu não presenciei nada disso, pois segurava Selemone em meus braços enquanto a vida se esvaia de seu corpo.
- Domus
Capítulo 4[editar | editar código-fonte]
Assisti, sem reação, aos rebeldes levando nossa colheita. Não conseguia pensar em nada.
Rapidamente, chegara a hora de migrar. Os outros foram em pares - não como uma comunidade, como antes - e eu fiquei sozinho. Eu estava pronto para me deitar e deixar o frio do inverno tomar meu corpo.
As sombras se aproximavam e o outrora incandescente sol alcançava o horizonte. Fui à sepultura de Selemone e me sentei, preparado para a fria morte.
Foi quando Ele chegou. Como um segundo sol, Ele brilhou no horizonte e voou ao meu encontro com convicção. A seu lado, quase invisível perante o brilho de Saradomin, eu podia ver outros. Entre eles, o guerreiro sobrevivente.
Minha esperança renasceu. Saradomin havia retornado e não esquecera de mim.
-Domus